Balanço eleitoral-2012
1-O processo eleitoral deste ano no Amapá se deu dentro de um contexto
nacional de fortalecer a base de apoio da presidenta Dilma e dar maior acúmulo
ao PCdoB aumentando assim o seu protagonismo no cenário político nacional.
2 - O processo eleitoral findado em 28 de outubro de 2012 encerrou um
ciclo político no estado do Amapá, de sucessivos governos do PDT. A vitória de
Clécio Luís do Psol selou o ciclo e pôs fim as pretenções políticas do PDT em
continuar governando o município e dificultou a volta ao GEA em 2014. Para os
comunistas e as forças democráticas o resultado eleitoral de 2012 em Macapá,
assim como em vários municípios do estado abre um novo ciclo político. O novo
cenário se consolidou com a vitória eleitoral das forças nitidamente de
esquerda, que já governavam o estado e agora passam a governar grandes cidades
como Macapá, cujo centro do debate passa a ser uma nova forma de fazer
política, combatendo a corrupção e resgatando a eficiência na gestão pública.
3- O PCdoB saúda com entusiasmo o novo cenário consolidado com as
eleições de 2012. A chegada dessas forças políticas ao poder certamente reforça
também a luta dos comunistas para acumular mais forças a nossa corrente de
opinião no estado, para que possamos jogar um papel protagonista na luta de
nosso povo.
4- O Processo eleitoral se inicia com 06 (seis)
candidaturas majoritárias: Milhomen-PCdoB; Clécio-PSOL; Cristina-PSB;
Genival-PSTU; Davi-DEM e Roberto-PDT. Logo no início da campanha, ficou nítida
a polarização entre a candidatura continuísta e a formação de um campo
alternativo composta por Clécio e Davi, retirando, praticamente, a
possibilidade de quaisquer outras forças emergirem. Não houve espaço pra
candidatura do PSB crescer tendo em vista a alta rejeição do atual governador
do estado e nem a do PCdoB que navegava num mar de dificuldades políticas e
materiais.
5- No segundo turno das eleições, com um
quadro nitidamente claro na disputa entre a permanência (Roberto Góes-PDT) e a
mudança (Clécio Luis-Psol), o partido fez opção em apoiar o candidato que
representava a mudança. O candidato Roberto Góes, que disputou a reeleição,
desgastado diante das inúmeras denúncias de corrupção que, somado a uma péssima
gestão passou a ser um alvo de ataque de todos os candidatos concorrentes. O
centro do debate na eleição passou a ser então a necessidade imperiosa de
passar a limpo a forma de fazer política no estado, afastando do poder aquelas
forças envolvidas nos escândalos.
6- O PCdoB não teve dificuldades em tomar a decisão de apoiar o
candidato do PSOL na disputa do segundo turno. Após uma reunião entre o
candidato e a direção do partido, onde pôde incorporar no seu programa de
governo algumas idéias defendidas pelo nosso candidato no primeiro turno das
eleições. Também assumiu o compromisso de estabelecer uma relação política
duradoura com os comunistas, compartilhando o poder e imprimindo uma gestão
democrática e moralizadora.
7- O quadro da disputa no 2º turno estava muito equilibrado, fazendo com
que o PSOL fizesse uma flexão táctica, ampliando o seu palanque e incorporando
lideranças ligadas ao PTB, PSDB, PSB e DEM. Forças essas que foram importantes
no desequilíbrio da disputa que, somados ao PCdoB, PPS, PV e outros, que deram
mais vigor na disputa, para derrotar o candidato situacionista Roberto Góes. A
eleição foi vencida por Clécio Luis com uma diferença de pouco mais de 1% de
votos.
8- A vitória do candidato do PSOL significou o surgimento de
um novo pólo aglutinador das forças políticas mais avançadas de nosso estado, e
um elemento novo para a disputa de 2014. O PDT que já foi, em outrora,
considerado uma força política poderosa no Amapá, acabou se desgastando com a
ineficiência na gestão pública, somados as suas próprias mazelas, não elegeu
nenhum prefeito. Assim como reduziu significativamente a sua bancada de
vereadores. Foi o grande derrotado das eleições de 2012 (ver tabela abaixo). O
PSB não conseguiu eleger a sua candidata Cristina Almeida à prefeitura de
Macapá, mas elegeu 03 (Três) prefeitos no interior e a maior bancada de
vereadores do estado, sendo 03 (três) da capital. O PT perdeu a prefeitura de
Santana e reduziu de 13 para 10 o número de vereadores no estado. Os demais
partidos tiveram altos e baixos. Mas o grande vencedor das eleições foi mesmo o
PSOL que elegeu o seu primeiro prefeito de capital.
Cidades
|
Candidato/prefeito
|
Partido
|
Macapá
|
Clécio
Luis
|
PSOL
|
Itaubal
|
Ester Chagas da
Silva
|
PSB
|
Serra do
Navio
|
José Maria
Lobato
|
PSB
|
Oiapoque
|
Miguel do
Posto
|
PSB
|
Pracuúba
|
Antonio Carlos
Leite
|
PT
|
Vitória do
Jarí
|
Raimundo de
Alcimar Souza
|
PT
|
Ferreira
Gomes
|
Valdo
Isacsson
|
PT
|
Calçoene
|
Maria Lucimar
|
PMDB
|
Mazagão
|
Giodilson
Borges
|
PMDB
|
Porto
Grande
|
Antonio de Souza
Pereira
|
PCdoB
|
Cutias
|
Profa. Eliane
Andrade
|
PSL
|
Pedra Branca
|
Genival Gemaque
|
PR
|
Amapá
|
Dr. Francisco de
Assis
|
PRB
|
Santana
|
Robson Rocha
|
PTB
|
Laranjal do
Jari
|
Zeca
Madeireiro
|
PP
|
Tartarugalzinho
|
Almir
Rezende
|
PTdoB
|
Partidos
|
2008
|
2012
|
PDT
|
4
|
0
|
PMDB
|
3
|
2
|
PT
|
3
|
3
|
PP
|
2
|
1
|
PSDB
|
2
|
0
|
DEM
|
1
|
0
|
PV
|
1
|
0
|
PR
|
|
1
|
PSB
|
|
3
|
PSL
|
|
1
|
PSOL
|
|
1
|
PTB
|
|
1
|
PTdoB
|
|
1
|
PRB
|
|
1
|
PCdoB
|
|
1
|
16
|
16
|
- 50% dos municípios com governos de
esquerda – Macapá (PSOL), Porto Grande (PCdoB), Serra do Navio, Itaubal e
Oiapoque (PSB), Pracuúba, Vitória e Ferreira Gomes (PT)
9- No entanto, a vitória do campo das esquerdas (o
Novo) para Macapá nos trás reflexões e tarefas imediatas tendo vista a margem
estreita obtida. Reflexões: como governar não tendo maioria na Câmara
Municipal? Como formar uma base social, sem ocorrer cooptação institucional?
Como formar uma coalizão tendo o PSOL como partido principal e não exclusivo?
Tarefas institucionais: Funcionamento dos postos de saúde, Limpeza da cidade,
saneamento, descentralização administrativa, agilidade na expedição de documentos
e outros.
O Projeto do PCdoB
10- Para as eleições de 2012 o PCdoB apresentou um projeto
eleitoral ousado. Lançou 03 (três) candidatos a prefeituras no estado, com
destaque para a capital, Macapá, e dezenas de postulante às câmaras de
vereadores de quase todos os municípios do estado com o intuído de conquistar
uma bancada de 12 a 15 vereadores e dois prefeitos.
11- Vale ressaltar que o projeto apresentado foi com base no açulo
político conquistado no estado com a ação do mandato federal e de nossa ação nos
movimentos sociais, e, principalmente, no trabalho desenvolvido na nossa gestão
à frente da Secretaria de Esporte do Estado. O compromisso com o governador
Camilo Capiberibe (PSB) sempre foi o da governabilidade e do apoio a sua
reeleição em 2014.
12- A saída do partido do governo foi um ato estreito da parte do
governador. Esse fato comprometeu boa parte do planejamento do partido para as
eleições e alterou o resultado final das nossas metas.
13- O saldo das eleições, no geral, foi aquém do esperado, apesar de
termos eleitos o 1° prefeito comunista no estado. Perdemos na capital, com uma
baixa votação. Deixamos de ganhar também a prefeitura no município de
Tartarugalzinho por pouco mais de 500 votos. Na disputa às câmaras de
vereadores nos municípios do estado elegemos 06 (seis) vereadores (dois a menos
que em 2008). Os eleitos foram dos seguintes municípios: Porto Grande (01),
Pedra Branca (01), Pracuúba (01) e 03 em Cutias onde o partido compôs a chapa
de vive-prefeito. A grande vitória, portanto, foi à eleição de Tonho Matapí à
prefeitura de Porto Grande; sendo o primeiro prefeito eleito na história do
PCdoB no estado.
Votação
de Vereadores do PCdoB
|
|||
Ano
|
QTD
Cand
|
votação
|
eleito
|
2008
|
57
|
11254
|
8
|
2012
|
70
|
8220
|
6
|
Redução
|
27,0%
|
25,0%
|
14- O partido procurou se concentrar mais na disputa na capital do
estado onde tínhamos a responsabilidade de tocar a campanha, pela primeira vez,
de um candidato à prefeitura no principal centro político do estado. Não foi
fácil levar adiante uma campanha dessa envergadura, com poucos recursos e com
pouca base política (PCdoB/PRB). Administrar uma chapa de vereadores, na grande
maioria integrantes do PCdoB, com uma estrutura limitada nos fragilizou na
disputa. Embora fazendo um bom programa de TV com boa visibilidade, não
conseguimos fazer um discurso que pudesse demarcar com as candidaturas
concorrentes e ganhar as mentes e corações da população. Acabamos ficando na
última colocação com uma votação pouco acima de 1% dos votos.
15 – Importante considerar que o partido foi unido pra disputa, embora
sabendo das limitações que o processo poderia nos impor. Saímos da eleição
derrotados no primeiro turno, mas vitoriosos no segundo com a posição acertada
do apoio a candidatura do PSOL. Conquistamos neste período mais de 50 novas
filiações de qualidade, importantes lideranças política e dos movimentos
sociais, de todo o estado, ingressaram no partido ajudando na construção do
projeto político dos comunistas do estado do Amapá.
16 – A experiência de 2012 precisa ser bem assimilados pelo coletivo
partidário, tirando lições do revés na capital e da vitória em Porto Grande.
Por isso este balanço, ora apresentado objetiva afirmar que o nosso partido
esta procurando buscar um caminho de construção de seu futuro no estado se
apresentando mais amplamente pra sociedade, estabelecendo metas até mesmo aquém
das suas possibilidades materiais e políticas.
17- De uma maneira geral, podemos afirmar que o nosso partido tira
lições importantes desse processo eleitoral. Aprender com cada batalha, tirar
lições e corrigir os equívocos são importantes para não comprometer o futuro. O
PCdoB aqui no estado agora precisa manter a cabeça erguida e continuar
trabalhando a construção de 2014. Hoje, em que pese os resultados não serem os
esperados, o partido é mais conhecido e pode dialogar mais amplamente com a
sociedade através dos canais institucionais e do movimento social.
A Perspectiva pra 2014
18- Precisamos pensar o projeto eleitoral de 2014 desde já numa perspectiva
de vitória. A constituição de governos de esquerda no estado e na prefeitura de
Macapá abre caminho para o crescimento da esquerda. O PCdoB precisa estar
inserido neste contexto. O Projeto de reeleição do deputado federal e a eleição
de um estadual ganha centralidade. Não excluindo a possibilidade de postular
espaços maiores como o senado ou na composição de chapas ao governo do estado.
Tudo isso é importante para o nosso acúmulo de forças para preparar o partido
pra futuras batalhas.
19- Entretanto, esse projeto precisa estar no centro das atenções do
conjunto do partido a partir da sua composição no governo municipal. Uma boa
presença do partido na PMM, acompanhado de uma gestão destacada pode dar boa
visibilidade e projetar bem o partido para as eleições de 2014.
20- Priorizar esse projeto é trabalhar coletivamente já a partir do
início de 2013, com ações concretas para dar boa visibilidade as nossas
lideranças e, principalmente, abrir o partido para novas lideranças disposta a
construir um grande partido.
21- O ano de 2013 será o ano do Congresso nacional do partido. É um
momento propício para estimular o debate em nossas fileiras, fazer ampla
filiação de novos lutadores e organizar o partido para a construção de uma
grande Conferência estadual, pra dar mais vigor a nossa aguerrida militância.
Comissão Política Estadual do PCdoB
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