segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Balanço eleitoral-2012


Balanço eleitoral-2012
 1-O processo eleitoral deste ano no Amapá se deu dentro de um contexto nacional de fortalecer a base de apoio da presidenta Dilma e dar maior acúmulo ao PCdoB aumentando assim o seu protagonismo no cenário político nacional.
2 - O processo eleitoral findado em 28 de outubro de 2012 encerrou um ciclo político no estado do Amapá, de sucessivos governos do PDT. A vitória de Clécio Luís do Psol selou o ciclo e pôs fim as pretensões políticas do PDT em continuar governando o município e dificultou a volta ao GEA em 2014. Para os comunistas e as forças democráticas o resultado eleitoral de 2012 em Macapá, assim como em vários municípios do estado abre um novo ciclo político. O novo cenário se consolidou com a vitória eleitoral das forças nitidamente de esquerda, que já governavam o estado e agora passam a governar grandes cidades como Macapá, cujo centro do debate passa a ser uma nova forma de fazer política, combatendo a corrupção e resgatando a eficiência na gestão pública.
3- O PCdoB saúda com entusiasmo o novo cenário consolidado com as eleições de 2012. A chegada dessas forças políticas ao poder certamente reforça também a luta dos comunistas para acumular mais forças a nossa corrente de opinião no estado, para que possamos jogar um papel protagonista na luta de nosso povo.
4- O Processo eleitoral se inicia com 06 (seis) candidaturas majoritárias: Milhomen-PCdoB; Clécio-PSOL; Cristina-PSB; Genival-PSTU; Davi-DEM e Roberto-PDT. Logo no início da campanha, ficou nítida a polarização entre a candidatura continuísta e a formação de um campo alternativo composta por Clécio e Davi, retirando, praticamente, a possibilidade de quaisquer outras forças emergirem. Não houve espaço pra candidatura do PSB crescer tendo em vista a alta rejeição do atual governador do estado e nem a do PCdoB que navegava num mar de dificuldades políticas e materiais.
5- No segundo turno das eleições, com um quadro nitidamente claro na disputa entre a permanência (Roberto Góes-PDT) e a mudança (Clécio Luis-Psol), o partido fez opção em apoiar o candidato que representava a mudança. O candidato Roberto Góes, que disputou a reeleição, desgastado diante das inúmeras denúncias de corrupção que, somado a uma péssima gestão passou a ser um alvo de ataque de todos os candidatos concorrentes. O centro do debate na eleição passou a ser então a necessidade imperiosa de passar a limpo a forma de fazer política no estado, afastando do poder aquelas forças envolvidas nos escândalos.
6- O PCdoB não teve dificuldades em tomar a decisão de apoiar o candidato do PSOL na disputa do segundo turno. Após uma reunião entre o candidato e a direção do partido, onde pôde incorporar no seu programa de governo algumas idéias defendidas pelo nosso candidato no primeiro turno das eleições. Também assumiu o compromisso de estabelecer uma relação política duradoura com os comunistas, compartilhando o poder e imprimindo uma gestão democrática e moralizadora.
7- O quadro da disputa no 2º turno estava muito equilibrado, fazendo com que o PSOL fizesse uma flexão táctica, ampliando o seu palanque e incorporando lideranças ligadas ao PTB, PSDB, PSB e DEM. Forças essas que foram importantes no desequilíbrio da disputa que, somados ao PCdoB, PPS, PV e outros, que deram mais vigor na disputa, para derrotar o candidato situacionista Roberto Góes. A eleição foi vencida por Clécio Luis com uma diferença de pouco mais de 1% de votos.
8- A vitória do candidato do PSOL  significou o surgimento de um novo pólo aglutinador das forças políticas mais avançadas de nosso estado, e um elemento novo para a disputa de 2014. O PDT que já foi, em outrora, considerado uma força política poderosa no Amapá, acabou se desgastando com a ineficiência na gestão pública, somados as suas próprias mazelas, não elegeu nenhum prefeito. Assim como reduziu significativamente a sua bancada de vereadores. Foi o grande derrotado das eleições de 2012 (ver tabela abaixo). O PSB não conseguiu eleger a sua candidata Cristina Almeida à prefeitura de Macapá, mas elegeu 03 (Três) prefeitos no interior e a maior bancada de vereadores do estado, sendo 03 (três) da capital. O PT perdeu a prefeitura de Santana e reduziu de 13 para 10 o número de vereadores no estado. Os demais partidos tiveram altos e baixos. Mas o grande vencedor das eleições foi mesmo o PSOL que elegeu o seu primeiro prefeito de capital.



Cidades 
Candidato/prefeito
Partido          
Macapá   
Clécio Luis                                             
PSOL                  
Itaubal 
Ester Chagas da Silva                                       
PSB                    
Serra do Navio                         
José Maria Lobato                                              
PSB
Oiapoque
Miguel do Posto                                     
PSB
Pracuúba      
Antonio Carlos Leite
PT
Vitória do Jarí                          
Raimundo de Alcimar Souza 
PT
Ferreira Gomes                        
Valdo Isacsson                                      
PT
Calçoene
Maria Lucimar
PMDB
Mazagão
Giodilson Borges                                        
PMDB
Porto Grande                           
Antonio de Souza Pereira                                       
PCdoB
Cutias
Profa. Eliane Andrade                                        
PSL
Pedra Branca                           
Genival Gemaque
PR
Amapá
Dr. Francisco de Assis                                               
PRB
Santana
Robson Rocha                                       
PTB
Laranjal do Jari                       
Zeca Madeireiro                                     
PP
Tartarugalzinho
Almir Rezende                                       
PTdoB

Prefeitos Eleitos
Partidos
2008
2012
PDT
4
0
PMDB
3
2
PT
3
3
PP
2
1
PSDB
2
0
DEM
1
0
PV
1
0
PR

1
PSB

3
PSL

1
PSOL

1
PTB

1
PTdoB

1
PRB

1
PCdoB

1
16
16

- 50% dos municípios com governos de esquerda – Macapá (PSOL), Porto Grande (PCdoB), Serra do Navio, Itaubal e Oiapoque (PSB), Pracuúba, Vitória e Ferreira Gomes (PT)
9- No entanto, a vitória do campo das esquerdas (o Novo) para Macapá nos trás reflexões e tarefas imediatas tendo vista a margem estreita obtida. Reflexões: como governar não tendo maioria na Câmara Municipal? Como formar uma base social, sem ocorrer cooptação institucional? Como formar uma coalizão tendo o PSOL como partido principal e não exclusivo? Tarefas institucionais: Funcionamento dos postos de saúde, Limpeza da cidade, saneamento, descentralização administrativa, agilidade na expedição de documentos e outros.
O Projeto do PCdoB
 10- Para as eleições de 2012 o PCdoB apresentou um projeto eleitoral ousado. Lançou 03 (três) candidatos a prefeituras no estado, com destaque para a capital, Macapá, e dezenas de postulante às câmaras de vereadores de quase todos os municípios do estado com o intuído de conquistar uma bancada de 12 a 15 vereadores e dois prefeitos.
11- Vale ressaltar que o projeto apresentado foi com base no açulo político conquistado no estado com a ação do mandato federal e de nossa ação nos movimentos sociais, e, principalmente, no trabalho desenvolvido na nossa gestão à frente da Secretaria de Esporte do Estado. O compromisso com o governador Camilo Capiberibe (PSB) sempre foi o da governabilidade e do apoio a sua reeleição em 2014.
12- A saída do partido do governo foi um ato estreito da parte do governador. Esse fato comprometeu boa parte do planejamento do partido para as eleições e alterou o resultado final das nossas metas.
13- O saldo das eleições, no geral, foi aquém do esperado, apesar de termos eleitos o 1° prefeito comunista no estado. Perdemos na capital, com uma baixa votação. Deixamos de ganhar também a prefeitura no município de Tartarugalzinho por pouco mais de 500 votos. Na disputa às câmaras de vereadores nos municípios do estado elegemos 06 (seis) vereadores (dois a menos que em 2008). Os eleitos foram dos seguintes municípios: Porto Grande (01), Pedra Branca (01), Pracuúba (01) e 03 em Cutias onde o partido compôs a chapa de vive-prefeito. A grande vitória, portanto, foi à eleição de Tonho Matapí à prefeitura de Porto Grande; sendo o primeiro prefeito eleito na história do PCdoB no estado.
Votação de Vereadores do PCdoB
Ano
QTD Cand
votação
eleito
2008
57
11254
8
2012
70
8220
6
 Redução
27,0%
25,0%

14- O partido procurou se concentrar mais na disputa na capital do estado onde tínhamos a responsabilidade de tocar a campanha, pela primeira vez, de um candidato à prefeitura no principal centro político do estado. Não foi fácil levar adiante uma campanha dessa envergadura, com poucos recursos e com pouca base política (PCdoB/PRB). Administrar uma chapa de vereadores, na grande maioria integrantes do PCdoB, com uma estrutura limitada nos fragilizou na disputa. Embora fazendo um bom programa de TV com boa visibilidade, não conseguimos fazer um discurso que pudesse demarcar com as candidaturas concorrentes e ganhar as mentes e corações da população. Acabamos ficando na última colocação com uma votação pouco acima de 1% dos votos.
15 – Importante considerar que o partido foi unido pra disputa, embora sabendo das limitações que o processo poderia nos impor. Saímos da eleição derrotados no primeiro turno, mas vitoriosos no segundo com a posição acertada do apoio a candidatura do PSOL. Conquistamos neste período mais de 50 novas filiações de qualidade, importantes lideranças política e dos movimentos sociais, de todo o estado, ingressaram no partido ajudando na construção do projeto político dos comunistas do estado do Amapá.
16 – A experiência de 2012 precisa ser bem assimilados pelo coletivo partidário, tirando lições do revés na capital e da vitória em Porto Grande. Por isso este balanço, ora apresentado objetiva afirmar que o nosso partido esta procurando buscar um caminho de construção de seu futuro no estado se apresentando mais amplamente pra sociedade, estabelecendo metas até mesmo aquém das suas possibilidades materiais e políticas.
17- De uma maneira geral, podemos afirmar que o nosso partido tira lições importantes desse processo eleitoral. Aprender com cada batalha, tirar lições e corrigir os equívocos são importantes para não comprometer o futuro. O PCdoB aqui no estado agora precisa manter a cabeça erguida e continuar trabalhando a construção de 2014. Hoje, em que pese os resultados não serem os esperados, o partido é mais conhecido e pode dialogar mais amplamente com a sociedade através dos canais institucionais e do movimento social.
A Perspectiva pra 2014
18- Precisamos pensar o projeto eleitoral de 2014 desde já numa perspectiva de vitória. A constituição de governos de esquerda no estado e na prefeitura de Macapá abre caminho para o crescimento da esquerda. O PCdoB precisa estar inserido neste contexto. O Projeto de reeleição do deputado federal e a eleição de um estadual ganha centralidade. Não excluindo a possibilidade de postular espaços maiores como o senado ou na composição de chapas ao governo do estado. Tudo isso é importante para o nosso acúmulo de forças para preparar o partido pra futuras batalhas.
19- Entretanto, esse projeto precisa estar no centro das atenções do conjunto do partido a partir da sua composição no governo municipal. Uma boa presença do partido na PMM, acompanhado de uma gestão destacada pode dar boa visibilidade e projetar bem o partido para as eleições de 2014.
20- Priorizar esse projeto é trabalhar coletivamente já a partir do início de 2013, com ações concretas para dar boa visibilidade as nossas lideranças e, principalmente, abrir o partido para novas lideranças disposta a construir um grande partido.
21- O ano de 2013 será o ano do Congresso nacional do partido. É um momento propício para estimular o debate em nossas fileiras, fazer ampla filiação de novos lutadores e organizar o partido para a construção de uma grande Conferência estadual, pra dar mais vigor a nossa aguerrida militância. 
Comissão Política Estadual do PCdoB

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