Evandro Freitas Siqueira(*)
“Em que relação se encontram
os comunistas com os proletários em geral? Os comunistas não são nenhum partido
particular face aos outros partidos operários. Não têm nenhuns interesses
separados dos interesses do proletariado todo. Não estabelecem nenhuns princípios
particulares * segundo os quais queiram moldar o movimento proletário. Os
comunistas diferienciam-se dos demais partidos proletários apenas pelo facto de
que, por um lado, nas diversas lutas nacionais dos proletários eles acentuam e
fazem valer os interesses comuns, independentes da nacionalidade, do
proletariado todo, e pelo facto de que, por outro lado, nos diversos estádios
de desenvolvimento por que a luta entre o proletariado e a burguesia passa,
representam sempre o interesse do movimento total” (MARX/ENGELS).
Inicialmente
pensei fazer uma digressão sobre o tema, mas, as condições objetivas do que
aparenta ser o surgimento de um pensamento fraccionista[i], de tendência ou formação
grupo no seio do glorioso, exige rapidez, clareza dos objetivos e fraternidade
no trato, pois o que vemos é um grau de imaturidade elevada, somada a
desconhecimento e formação nos preceitos marxista-leninista de partido.
Quando
Marx e Engels no Manifesto do Partido Comunista (1848), citado acima, situam as
finalidades (objetivos) gerais que diferenciam o Partido Comunista dos demais
partido demarcam o campo, abstraindo quaisquer duvida que possa existir sobre
seu caráter e objetivos.
Lênin
em 1903 lança o “partido de novo
tipo”, bolchevique e revolucionário, que mais tarde, constituiu na obra
Esquerdismo, doença Infantil do Comunismo. Um partido que possui 04 (quatro)
pilares, a) Socialismo Cientifico, interpretação da realidade concreta de nosso
país, com base na teoria social fundada por Marx e Engels e desenvolvida por
Lênin; b) Ligação com as massas e trabalhadores, em busca dos seus interesses
imediatos e correlacionar a luta pela transformação social, atuando nas mais
diversas formas de organização social e política; c) Centralismo Democrático,
Unidade de Ação, amplitude nas opiniões e ideias, submissão da minoria pela
maioria, ação e centro de direção única; e d) Crítica e Autocritica de suas
ações (balanço), toda deliberação/decisão é passível de acertos e erros, que
precisam ser relacionados e tratados fraternamente.
Para cumprimento do objetivo deste artigo,
destaco o pilar c), no que trata especificamente no “Centro de Direção Única” o
PCdoB não admite formação ou organização de tendências, grupos ou frações que
gerem no seio do partido um centro de direção diferentes da vida institucional
do partido, ou seja, conjunto de militante/dirigente que deliberam e ajam em
ações contrarias ou contraditórias, às estabelecidas pelo coletivo de qualquer
instância partidária.
As ideias fraccionistas podem causar a degenerescência do
partido comunista, estabelecendo lutas internas, desagregação de membros
voluntaria ou compulsória. Ou seja, cria “desnecessariamente” um refluxo
objetivado por equívocos e distorções na ação política.
O partido comunista classifica didaticamente e
não conceitualmente suas frentes de atuação social e política, como Mulheres,
Juventude, Negros, Trabalhadores e etc. mas, essa classificação significa
agrupamento em si e nem tão pouco para si. São uma forma organizacional de ação
temática partidária onde se organizam as mulheres comunistas, os jovens
comunistas, os negros comunistas, os trabalhadores comunistas e por diante.
A direção do partido deve combater com
veemência os indícios de pensamentos perniciosos que possui um único objetivo,
o de enfraquecer a direção do partido a curto prazo e estabelecer um novo curso
ao que está sendo construído e forjado com “sacrifício” pessoal e coletivo dada
a realidade.
(*) Presidente do Comitê
Municipal Macapá, Economista e Perito e Auditor Ambiental.
[i] Fraccionismo é
uma palavra angolana como a divisão protagonizada pelo Nito Alves e José Van e
Dúnem do MPLA - 1976 - 1977. Houve a certo momento em 1962 um fraccionismo, que
foi conduzido por Viriato da cruz, nome que não é desconhecido dos camaradas,
mas que produziu a divisão do Movimento, por não querer submeter-se a essas
regras de centralismo democrático. Quando se discutia um problema, no Comitê
Diretor, ele assumia, sempre uma atitude contra a maioria.
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