sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A importância do centro único de direção

Evandro Freitas Siqueira(*)

“Em que relação se encontram os comunistas com os proletários em geral? Os comunistas não são nenhum partido particular face aos outros partidos operários. Não têm nenhuns interesses separados dos interesses do proletariado todo. Não estabelecem nenhuns princípios particulares * segundo os quais queiram moldar o movimento proletário. Os comunistas diferienciam-se dos demais partidos proletários apenas pelo facto de que, por um lado, nas diversas lutas nacionais dos proletários eles acentuam e fazem valer os interesses comuns, independentes da nacionalidade, do proletariado todo, e pelo facto de que, por outro lado, nos diversos estádios de desenvolvimento por que a luta entre o proletariado e a burguesia passa, representam sempre o interesse do movimento total” (MARX/ENGELS).

Inicialmente pensei fazer uma digressão sobre o tema, mas, as condições objetivas do que aparenta ser o surgimento de um pensamento fraccionista[i], de tendência ou formação grupo no seio do glorioso, exige rapidez, clareza dos objetivos e fraternidade no trato, pois o que vemos é um grau de imaturidade elevada, somada a desconhecimento e formação nos preceitos marxista-leninista de partido.

Quando Marx e Engels no Manifesto do Partido Comunista (1848), citado acima, situam as finalidades (objetivos) gerais que diferenciam o Partido Comunista dos demais partido demarcam o campo, abstraindo quaisquer duvida que possa existir sobre seu caráter e objetivos.

Lênin em 1903 lança o “partido de novo tipo”, bolchevique e revolucionário, que mais tarde, constituiu na obra Esquerdismo, doença Infantil do Comunismo. Um partido que possui 04 (quatro) pilares, a) Socialismo Cientifico, interpretação da realidade concreta de nosso país, com base na teoria social fundada por Marx e Engels e desenvolvida por Lênin; b) Ligação com as massas e trabalhadores, em busca dos seus interesses imediatos e correlacionar a luta pela transformação social, atuando nas mais diversas formas de organização social e política; c) Centralismo Democrático, Unidade de Ação, amplitude nas opiniões e ideias, submissão da minoria pela maioria, ação e centro de direção única; e d) Crítica e Autocritica de suas ações (balanço), toda deliberação/decisão é passível de acertos e erros, que precisam ser relacionados e tratados fraternamente.

Para cumprimento do objetivo deste artigo, destaco o pilar c), no que trata especificamente no “Centro de Direção Única” o PCdoB não admite formação ou organização de tendências, grupos ou frações que gerem no seio do partido um centro de direção diferentes da vida institucional do partido, ou seja, conjunto de militante/dirigente que deliberam e ajam em ações contrarias ou contraditórias, às estabelecidas pelo coletivo de qualquer instância partidária.

As ideias fraccionistas podem causar a degenerescência do partido comunista, estabelecendo lutas internas, desagregação de membros voluntaria ou compulsória. Ou seja, cria “desnecessariamente” um refluxo objetivado por equívocos e distorções na ação política.
O partido comunista classifica didaticamente e não conceitualmente suas frentes de atuação social e política, como Mulheres, Juventude, Negros, Trabalhadores e etc. mas, essa classificação significa agrupamento em si e nem tão pouco para si. São uma forma organizacional de ação temática partidária onde se organizam as mulheres comunistas, os jovens comunistas, os negros comunistas, os trabalhadores comunistas e por diante.

A direção do partido deve combater com veemência os indícios de pensamentos perniciosos que possui um único objetivo, o de enfraquecer a direção do partido a curto prazo e estabelecer um novo curso ao que está sendo construído e forjado com “sacrifício” pessoal e coletivo dada a realidade.  

(*) Presidente do Comitê Municipal Macapá, Economista e Perito e Auditor Ambiental.





[i] Fraccionismo é uma palavra angolana como a divisão protagonizada pelo Nito Alves e José Van e Dúnem do MPLA - 1976 - 1977. Houve a certo momento em 1962 um fraccionismo, que foi conduzido por Viriato da cruz, nome que não é desconhecido dos camaradas, mas que produziu a divisão do Movimento, por não querer submeter-se a essas regras de centralismo democrático. Quando se discutia um problema, no Comitê Diretor, ele assumia, sempre uma atitude contra a maioria.

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